Há dias assim...

Há dias e dias.

Há dias em que a sombra nos arrefece a alma
E nos prende à terra seca.
Seca-se o sangue nas veias
E desfaz-se o sorriso nos olhos
Cansados de escorrer.
Outros há
em que,
como crianças,
nos deixamos levar pela loucura de esquecer…

Nesses dias,
Voam entre nós
Pequenas borboletas azuis
Que se confundem com o céu...

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Sou Amanhã
Como eu a minha vida se refaz incessantemente
Caem tijolos, flores são plantadas e escrevo mais uma página
Como eu sou incansável
Tijolos novos são colocados, flores são regadas e as páginas formam um livro...
A vida segue nesse ritmo por um tempo
Vou mudando a cada estação
Me construo, reconstruo, cato os meus cacos
Planeio comprar mais tijolos,
Fazer um muro
Planeio publicar livros,
Com as histórias dos meus sonhos
Planeio fazer uma horta no jardim,
Para preparar receitas com os seus frutos
Quero ser uma metamorfose
Que nem Raul e a borboleta pousada na minha janela
Quero, Planeio, Vou
Ser Amanhã
A futura poesia, o próximo lápis que risca o papel
O nome gravado em brasa no peito
Sou, Fui, SereiEm breves linhas e novos retratos
Sou o futuro texto do seu papel riscado

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